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domingo, 14 de dezembro de 2014

PLENITUDE POÉTICA: Cleide Canton & Regina Coeli

FinArte de Cleide Canton
























Terno Olhar
Cleide Canton

Percebo um leve toque de ternura
no austero olhar que fala sem dizer,
perdido em tantos ecos, sem procura
dos sons que se perderam no sofrer.

Quem sabe um Mi Bemol resolveria
a frase musical em dissonância
e, assim, surgisse plena a sinfonia
já  gasta pelos véus da redundância.

Quem sabe este final tão esperado
suceda sem as marcas do pecado
dos tons e semitons sem sedução.

E possa essa ternura vir morar
eterna e mansamente nesse olhar
cansado de vagar na escuridão.


São Carlos, 17/03/2012
9:30 horas






Um Olhar
Regina Coeli

Percebe-se no olhar uma agonia
Por tanto que ficou sem seu dizer
À boca, que fingiu amanhecer
Sorrindo risos novos de alegria. 

Pudesse o olhar vencer a letargia
E as brumas da inverdade dissolver,
Que ao peito agradaria merecer
Curar-se de uma espera doentia. 

Quem sabe aquele olhar tão enjaulado
Percorra a madrugada pra buscar
O verso mavioso e sincopado

E crave o próprio peito num sangrar
Pra ver brotar o terno rechaçado
Que surge já na rima só de olhar...


Rio de Janeiro, RJ, 19-03-2012
12:49 h

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