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domingo, 24 de maio de 2015

AMOR DE MÃE

















Ser mãe é ter a vastidão do mar
Que dá o peixe à fome por comida.
É ser asa maior a um filho erguida
Para ensiná-lo a mais alto voar.

Porém há filhos ávidos do olhar
Daquela que lhes trouxe à luz da Vida,
Enquanto outros felizes à acolhida
De almas-mães doando a eles seu amar.

Amor de mãe... um sentimento terno
Que eleva a fêmea ao mais sagrado amor
Em pétalas de flor do amor materno.

Mulher-amor, a mãe-mulher-fervor
Em divinal missão que faz eterno
Seu bem-querer a um filho redentor. 


Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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sexta-feira, 8 de maio de 2015

ALTIVA RUBRA ROSA


























Banhada pelo sol, amadurece.
Perdida a virgindade, o seu botão
Entrega-se à feliz contemplação
De quem fez dele rosa, e sempre a aquece. 

Viceja no sublime de uma prece

A rosa, mercadora da ilusão
De um certo olhar, que a prende em sua mão,
Jamais morrer na hora que anoitece... 

Ao vê-la com as pétalas murchando,

Sozinha no raminho, tão esquecida,
Mas seu entorno ainda perfumando, 

Fiz dela o meu símbolo de Vida

Vendo-a chorar, enquanto eu, sangrando,
Beijava-lhe o espinho, enternecida.

Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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CÁRCERE

















E quando olhei profundo os olhos dela,
Bateu-me bem mais forte o coração
No olhar furtivo, escravo da emoção 
De se espiar um segredo da janela.  

Entrei no espaço oculto de uma cela.
Paredes de uma aguda solidão
Guardavam cada sim e cada não
Que a boca, por fechada, não revela. 

E de repente um grito aconteceu
Vindo daquela que bem fixo olhava 
O meu olhar, e a mim reconheceu.   

Descoberto, meu peito soluçava
Vendo no espelho a mulher que eu 
Encarcerei, mas cujo olhar gritava.

Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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