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Árvores antigas da África Fotografia sob céu estrelado de BETH MOON, EUA. |
PASSO EM COMPASSO
Cleide Canton
Se um dia envelheci sem me dar conta
e a lágrima secou lustrando o riso,
o que mais, nestes tempos, eu preciso
para ver a moldura em tela pronta?
Pensar num amanhã não mais afronta
desejos mal traçados de improviso,
paixões que no horizonte não diviso,
razões cuja razão não amedronta.
A luz na escuridão foi desnudada,
as portas todas foram destrancadas
e um novo sol espera por nascer.
Os ventos se tornaram delicados
ao balouçar os galhos já cansados,
na festa de mais um amanhecer.
São Carlos, SP, Br- 12/02/2016
4:52 horas
DESENCANTO
Ruth Gentil Sivieri
Meus passos vão seguindo radiantes,
debaixo de um calor que sempre escalda.
O brilho dos meus olhos cintilantes,
Ilumina o caminho que desfralda.
Volvo o olhar para os pontos delirantes
Vejo a relva brilhar como esmeralda
e cá dentro as ideias saltitantes,
Se derramam no chão como grinalda.
Mas a idade, essa triste companheira
levou o viço da vida quase inteira,
de anos de alegria ou desencanto.
E no final aquele amor ardente
Já não vê mais beleza em seu poente...
E assim me quedo quieta em meu recanto.
*********
Belo Horizonte/MG, 16/02/2015
ANTES E DEPOIS
Regina Coeli
O que fui cede espaço ao que hoje sou,
Mas quem eu fui habita ainda em mim
Como a derreada planta num jardim,
Altiva após o vento que passou.
O tempo ao meu cabelo acinzentou
E o fez macio em fios de cetim
Do breu da noite que mesclou seu fim
Com raios-luz do sol que despontou...
Envelheci cuidando bem o sonho
Na magia de eu ser quem eu quiser
No instante libertário em que o transponho.
Ao ser criança, flor, simples mulher,
Sonho-me tudo. E até o mais bisonho
É admirável quando a gente quer.
Rio de Janeiro/RJ, 17 de fevereiro de 2016.
ANTES E DEPOIS
Regina Coeli
O que fui cede espaço ao que hoje sou,
Mas quem eu fui habita ainda em mim
Como a derreada planta num jardim,
Altiva após o vento que passou.
O tempo ao meu cabelo acinzentou
E o fez macio em fios de cetim
Do breu da noite que mesclou seu fim
Com raios-luz do sol que despontou...
Envelheci cuidando bem o sonho
Na magia de eu ser quem eu quiser
No instante libertário em que o transponho.
Ao ser criança, flor, simples mulher,
Sonho-me tudo. E até o mais bisonho
É admirável quando a gente quer.
Rio de Janeiro/RJ, 17 de fevereiro de 2016.
Que bonito, Regina! Mais ainda é a nossa linda amizade, formando esses encontros poéticos que jamais acabarão.
ResponderExcluirObrigada, amiga!