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MOMENTOS

Personalíssima Arte de Simone Czeresnia














O que sofri e o que chorei,
Por desencanto, em agonia,
Lágrimas magoadas, só eu sei,
Transformo agora em alegria.

Soluços na madrugada,
Quebrando o silêncio por teimosia,
Desabafo que saía de sua morada,
Revelando sombras que o dia escondia.  

 Enquanto a casa descansava,
A alma se debatia em tristeza...
E no mar que o meu pranto formava,
Joguei as tênues âncoras da minha certeza.

Lágrimas de dor eu já verti
Tanto, tanto, que formei um mar...
Meu mar! Todo o salgado que há em ti
Quero hoje de lágrimas doces temperar!

Se os extremos existem para formar o todo,
Deixo no passado o residir em um só lado;
Se as flores exalam perfume vivendo no lodo, 
Afugentarei, rindo, o meu pranto desesperado.

Pranto é mar de lágrimas doídas
Que castigam corpo e alma em comoção;
Já os sorrisos refrigeram as mais sofridas lidas,
São velas salvadoras nos vendavais do coração.

E nas madrugadas escoadouras do meu mar,
De desarrazoadas e fortes emoções,
Suaves brisas de encanto quero fazer soprar,
Para apaziguar a fúria inclemente dos senões... 

E o meu barco navegante,
Para sair das tormentas em que se meteu,
Içará suas velas, se bravio for o instante,
E resgatará o sobrevivente, que sou eu! 

Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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