Vejo-te tão bela e tão distante,
Ó lua, a seguir-me na noite.
Espreitas-me os passos, nada dizes,
Somente me olhas...
Quem és tu, ó lua? Desapareces no dia
E vens clarear a noite escura...
És anjo de luz na caminhada dura?
Pareces mãe gentil, ó lua,
Cuidando as tuas crias, ainda que de longe...
Mão nem sempre vista, pois se esconde,
Mas que se sente...
Dize-me os teus mistérios, ó lua!
Por que, quando te quero, tu não vens?
Por que ando em cima de pés e tu flutuas?
Por que me dás o luar
e eu nada tenho pra te dar?...
Vejo-te surgir detrás do monte.
Vens majestosa e altaneira.
O que sou eu perto do teu desponte,
Responde-me, ó lua...
Por onde andas quando não me vens?
Beijas a outrem quando não me estás?
Dize-me, ser radiante, mais que um bem,
Aonde é que vais?
Ó lua, amo-te desde os tempos de criança,
Gostava de te ver chegar,
Mas não via quando te ias embora...
Quando acordava, o sol estava em teu lugar.
Não sei ao certo quem tu és, quem é o sol.
Só sei que vivo aqui embaixo iluminada...
Por tanta claridade que o firmamento tem,
Chego a pensar que a luz é de mim que vem...
(Agosto/2005)
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