sexta-feira, 8 de maio de 2015
CÁRCERE
E quando olhei profundo os olhos dela,
Bateu-me bem mais forte o coração
No olhar furtivo, escravo da emoção
De se espiar um segredo da janela.
Entrei no espaço oculto de uma cela.
Paredes de uma aguda solidão
Guardavam cada sim e cada não
Que a boca, por fechada, não revela.
E de repente um grito aconteceu
Vindo daquela que bem fixo olhava
O meu olhar, e a mim reconheceu.
Descoberto, meu peito soluçava
Vendo no espelho a mulher que eu
Encarcerei, mas cujo olhar gritava.
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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