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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

ENTRELACE POÉTICO: JG de Araujo Jorge & Regina Coeli


Poeira cósmica-Foto NASA














Descida
JG de Araujo Jorge
Subida
Regina Coeli

O que tinha que ser já foi... E está perdida
Aquela ânsia de espera, de desejo e fé,
E tudo o que virá será cópia esbatida
Da Vida que foi Vida e hoje Vida não é...

Pensar que tudo já se tinha ido embora,

A doce espera, a ânsia em jovial desejo,
Nada, nada temendo, sem senão ou pejo,
Porque se há Vida, dela é o trono de Senhora...

Muito pouco de tudo ainda resta de pé...

Agora, nunca mais estréias... Repetida
A alma se reverá num desespero, até
Que a vida já não valha a pena ser vivida...

Cair ao chão e só lembrar aquele outrora

É condenar o ímpeto de dar um beijo
À masmorra que nega o sol em vivo ensejo,
Porque uma outra é a boca que se tem agora...

Do que foi canto e flor restam só as raízes,

E ao tédio que envenena os dias mais risonhos
Repito: nunca mas estréias... só “reprises”...

Cuidar a flor em esquálida e tão triste planta

É vicejar a alma em chuvas de verão
E recriar-se em sonhos no amanhã que canta.

E que importa o que vier? Sejam anos ou meses?

— Nunca mais a beleza dos primeiros sonhos!
— Nunca mais a surpresa das primeiras vezes!

Anseios debulhados ontem, já não são...

Hoje a beleza etérea, perfumada e santa,
Surpreende-se mais bela ao tom do coração...

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