Web Statistics

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

EXERCÍCIO POÉTICO: Virgínia Victorino (Portugal) & Regina Coeli (Brasil) & Giovanni B. Finetti (Itália)





















AO TELEPHONE
Virgínia Victorino

“Quem fala ? ah sim, és tu ? daqui sou eu”.
Começamos os dois a conversar.
A voz dele vibrou; foi como o mar.
Ligeiramente a minha voz tremeu...

“Venho saber se queres continuar
ou se tudo acabou, tudo morreu”.
Ligeiramente a minha voz tremeu.
A voz dele vibrou; foi como o mar...

Respondi; “Para quê ? É melhor não”.
Foi-se embora, cortou a ligação,
nunca mais veio, - o mal que ele me fez!”

Desdizer o que disse, - quem pudera!
Porque fugiste logo? Eu estava à espera
de que mo perguntasses outra vez...




O JOGO DO AMOR
Regina Coeli

Tudo eu te disse, nada me disseste
Ao telefone. Às lágrimas cheguei,
Quis te mostrar o tanto que te amei;
Dizer que tu me amavas, não quiseste.

Então falei do amor que me trouxeste...

E de um jardim tão belo que sonhei,
Eu, tua rosa, e tu, meu cravo-rei,
Amando juntos sob um azul celeste...

E disse mais: — que a rosa a perfumar

Exigiu rega e alguém para a regar;
Não vens? Noutro jardim eu vou florir...

Alto apostei! O aroma já a sentir

 Ao te pedir pedisses pra eu ficar...
Tu não pediste, e eu tive de partir.




DESEJO
Giovanni Finetti

As lágrimas de amor de uma mulher
São pétalas de rosa enternecidas,
São rastros das estrelas exauridas
De amar em brilho até quem não as quer.

E se o amor construir um tal jardim

Com cravo e rosa amando apaixonados
Amor bonito, do começo ao fim,
E pela lua e sol abençoados?

Feliz o cravo de regar a rosa

E regalar-se em dela ser escravo;
E a rosa, perfumada e tão viçosa,
Feliz e prosa a perfumar seu cravo.

Quem dera a minha rosa no raminho

Fosses tu... E eu, um cravo só de amor,
Cravado fosse pelo teu espinho,
Jamais de mim te irias, minha flor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário