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The Recital - J. Gustave Jean, 1898 |
EM CÉUS DE FESTA
(Sextilhas)
Carmo Vasconcelos
Pérolas que preservo com rigor
São os versos de um dueto primoroso,
Se, de um poeta que dessa arte extremoso,
Me chegam com mestria e casto amor.
- Oferta generosa e despojada,
Carinho de um irmão de caminhada!
E elevam-se essas peças nos enredos,
Plo labor extremado dos poetantes
Que, de próximas penas ou distantes,
Unificam suas almas,sem segredos.
- E mais se vão querendo na folia
Dos arroubos de mágoa ou d' alegria!
Que o verbo entrelaçado é como um filho
Gerado por amantes não casados,
Mas tem seus dons em dobro festejados
Por quem faz da palavra seu cadilho.
- Que se amem os poetas nesta gesta,
Alçado o seu voejar em céus de festa!
***
Lisboa/Portugal
Fevº/2009
POESIA EM FESTA
(Sextilhas)
Regina Coeli
O verso valsa, leve, em sintonia
Na pista de entrosada parceria,
Letras se juntam, rodopiam rimas;
Nos angélicos sons volteando no ar,
Volteia a vida, bela, a se abraçar
Às estrofes como uvas nas vindimas.
Verso é canção e canta sentimento
Na pista da alegria ou do lamento;
Envolve dois ou três, quem sabe mais,
Porque o canto é convite ao coração,
Pra debulhar as favas da ilusão,
Chorar o que lhe dói; calar, jamais!
Versos se enlaçam, dançam sincopados,
Se encaixam e, de rostos bem colados,
Valsam felizes; livres em toada
Não sentem nem as pedras do caminho,
Que a poesia é festa no carinho
Ao verso amigo, irmão de caminhada!
***
Rio de Janeiro/RJ, 19-02-2011
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