Quase impossível é despir o amor
Que em labaredas vai tomando o ser,
Tão cego e surdo, sem razão pra ver
A erva daninha por detrás da flor.
Uma envolvência (ignorando a dor
Da amarga ausência de um real prazer)
Esconde o feio e aos corações faz ler
Só lindas letras com perfume e cor.
Um dia o Ser, do seu torpor profundo,
Sem ar desperta e, namorando a Vida,
Aspira ao amor de um verdadeiro mundo.
Deixar você é me fazer querida.
É arar o chão e cultivar, bem fundo,
A flor nos tons da minha despedida.
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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