Mudei de rota e fui perdendo o passo;
Mostrou-se lasso o meu querer de tudo;
Sem conteúdo o tom do meu abraço
Tornou-se um traço num desenho mudo.
E fui vivendo apenas no compasso
De um olhar baço em meu sofrer agudo
Tão pontiagudo a estraçalhar meu laço,
Roto pedaço com o qual me iludo...
O que fazer, se a noite é tão escura,
Se a vida é dura e o vento geme triste
E se inexiste um bem pra essa cura?...
É obscura a luz que ainda existe,
Pois te fingiste cheio de ternura
Na doce jura a mim... quando partiste.
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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