Podem passar os dias sem brilhar.
Podem as noites sonegar perfume.
Eu viverei apenas do teu lume,
E, sempre, em mim teu cheiro há de ficar.
Saiam jangadas cedo para o mar,
Mãos em adeus libertas de ciúme,
Voltem vazias as redes do azedume
De nenhum peixe pego pra contar...
Na areia a te esperar, ó meu amor,
Eu já não sei se voltas para mim,
E o que me chega é esta imensa dor...
Terra vazia, rosa sem jardim,
O mar... uma jangada a decompor...
E a morte a decompor-te em mim... assim...
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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