Meu coração, um barco em mar revolto
Nas águas inconstantes do meu peito
A cada novo dia vê desfeito
O sonho de fixar um rumo solto.
Meu coração, em brumas hoje envolto,
Respira ar poluído e rarefeito
E faz o barco ansiar de um rio o leito
Pra navegar sereno e desenvolto.
Mas, coração, se mar ou rio, és
Tu que te empurras, barco, a fomentar
Tuas tempestades muitas, ao invés
De escolher manso e cálido pulsar...
Expões teu casco à fúria das marés
E em alto mar naufragas-te em amar...
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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