Cai a noite e lá fora, na senzala,
O silêncio vazio comemora
Os que foram, contentes mundo afora,
Viver sua alegria e sua fala.
Aquela voz que, proibida, cala
Razões sobre o seu hoje e o seu outrora,
É como alguém que cansa e vai embora,
Deixado a esperar na ante-sala.
Há tons de liberdade nesta Vida:
As asas conseguidas pra voar
Nem sempre levam a qualquer lugar...
... E, em mim, algemas fazem-me querida
Nesta minha alforria concebida
Pra eu ser feliz, escrava só de amar!
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
_______
Nenhum comentário:
Postar um comentário