Por tão escorraçada dos lugares
Dos corações expulsa a pontapés
Me afoguei nas enchentes e marés
Dos prantos meus formando tantos mares...
Mandei as gentes todas pelos ares,
Tão cheia estava em meio aos rapapés
Que insistiam em saber — "... e tu, quem és?"
— Quem sabe eu seja aquilo que pensares...
Senti-me longo tempo como um cão
Sarnento e tristemente maltratado
Pelas ruas perdido e ignorado...
Mas hoje tenho o pelo bem cuidado,
Penteado pela amiga solidão,
A sarna que invadiu meu coração...
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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