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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Cão Sarnento


Por tão escorraçada dos lugares
Dos corações expulsa a pontapés
Me afoguei nas enchentes e  marés
 Dos prantos meus formando tantos mares... 

Mandei as gentes todas pelos ares,
Tão cheia estava em meio aos rapapés 
Que insistiam em saber — "... e tu, quem és?"
— Quem sabe eu seja aquilo que pensares...

Senti-me longo tempo como um cão
Sarnento e tristemente maltratado
Pelas ruas perdido e ignorado... 

Mas hoje tenho o pelo bem cuidado,
Penteado pela amiga solidão,
A sarna que invadiu meu coração...

Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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