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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um Canto à Nobreza



Nobreza é bem que se tem,
Refinando o passo em Vida;
Não é pra qualquer alguém —
É na Alma concebida.
É bom trato em atitudes,
É flor que flora no olhar,
Ainda que sejam rudes
As mãos no seu cultivar.

Nobreza é senhora dama
Que se porta em fidalguia,
É voz amorável que ama
Descaso que sentencia;
É Amizade cuidada
Como rosa no jardim,
Vicejando ao ser regada
Por você, também por mim;
É um ver bem mais à frente,
É voar com os pés no chão;
Chorar silenciosamente,
Consolando o coração,
Calando, sem revidar,
Ao insulto desalmado,
Que acaba, por acabar,
Arquivado no passado.

Nobreza não são comendas
Nem títulos conseguidos,
Quem sabe, por encomendas,
Até mesmo estatuídos;
Nobreza não é concreta,
Não se compra no mercado;
É humildade secreta,
Finesse em tom perolado.

Nobreza é um quê interior
Pelo Tempo amaciado;
Sorriso maior que a dor,
É Gente/Flor lado a lado;
Nobreza é sábia alquimia
Decantada no lagar;
São letras em poesia
Chegando pra embriagar;
E no escrever elegante,
Vestindo o verso em brocado,
Linda metáfora cante
O Certo sobre o errado;
Lua e sol , nobre esplendor,
Franqueiam sua luz ao mundo
No Respeito, encantador,
Que emana de um deus profundo.

Nobreza é brisa que passa,
Trazendo Amor pela mão;
Meiga, altiva e sem trapaça
Sobre aqueles que o não são;
Não é grito na enseada
De sentimentos vulgares;
É palavra fundeada
Na Razão aberta aos mares.
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli

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