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terça-feira, 20 de abril de 2010

Sementeira




















Ventos açoitam, um frio insano gela
Os sonhos róseos de uma tez morena
Em tenra casca a emoldurar, pequena,
Caminhos jovens vistos da janela...

Cercas se curvam ao tempo que atropela
Podres moirões em solidão serena,
Enquanto os invasores entram em cena,
Jogando ao chão porteira sem tramela...

E no cair de chuvas copiosas...
E no calor do sol, beijando ardente,
O arame frouxo veste-se de rosas...

E aquele Amor, guardado qual semente,
Germina ao fim de esperas dolorosas
E explode em cores suaves... docemente!

Cartas de Alforria

Escritos de Regina Coeli

Um comentário:

  1. Humberto-Poeta disse:
    Que belo soneto, este! Eu diria que o sentimentalismo que embala o estro de Regina Coeli fica indelevelmmente explícito no lirismo incomparável destes quatorze versos, mas me permito destacar este terceto:
    "E no cair de chuvas copiosas...
    E no calor do sol, beijando ardente,
    O arame frouxo veste-se de rosas..."
    Não, não é qualquer poeta que escreve trechos de tal beleza" A Regina, sim, pois conheço quase toda a sua obra e são comuns esses revérberos poéticos no que escreve.

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