
Tanto faz corda como guilhotina,
A voz se inclina à morte da garganta,
Um dia santa em seu dizer que encanta;
No outro, vil planta que age na surdina...
Quem se amofina diante de sua sina
Não vê a fina flor que se levanta
E espanta a erva que, invejosa, canta
Maldade tanta àquela que a fascina...
Sobe ao tablado minha rouca voz,
Calando os prós e os contras ao meu lado
Meu eu tombado por uns simples nós...
A sós no palco, um corpo silenciado
É dissecado por seu frio algoz
Que, num após, é o próprio degolado...
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli
Nenhum comentário:
Postar um comentário