
No coração da vida não-vivida,
Vão-se desfiando as contas do rosário;
São falas com sabor de corolário
Audíveis em mudez bem percebida.
O não-viver a face recolhida
Envolta em fino véu do seu calvário;
O duelo entre o que é bom e o que é precário,
Sentença de chegada ou de partida.
Amor etéreo... Um ver, mas não pegar...
É o pobre coração apaixonado
Amando só, não tendo o bem ao lado...
Ah, o amor, tantas vezes apartado;
Um não viver, apenas um sonhar...
Dor que soluça o próprio soluçar!
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli
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