
Chuvosa tarde, a correnteza passa
E lava tudo, e leva o lixo feio,
Amontoado por descaso alheio,
Causando morte, dor, cruel desgraça...
Doce lembrança lá de trás me veio...
Chuva caindo em benfazeja arruaça,
Molhando os campos, irrigando a graça
De quem pediu e realizou um anseio...
E eu na calçada com o meu barquinho,
Que se alegrava na chuva fininha
E ia embora a me deixar sozinha...
Tanta ternura aquele tempo tinha...
Vou pro passado! Fujo ao descaminho,
Pois no barquinho chove bem miudinho...
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli
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