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domingo, 18 de abril de 2010

Refúgio





















Chuvosa tarde, a correnteza passa
E lava tudo, e leva o lixo feio,
Amontoado por descaso alheio,
Causando morte, dor, cruel desgraça...

Doce lembrança lá de trás me veio...
Chuva caindo em benfazeja arruaça,
Molhando os campos, irrigando a graça
De quem pediu e realizou um anseio...

E eu na calçada com o meu barquinho,
Que se alegrava na chuva fininha
E ia embora a me deixar sozinha...

Tanta ternura aquele tempo tinha...
Vou pro passado! Fujo ao descaminho,
Pois no barquinho chove bem miudinho...

Cartas de Alforria

Escritos de Regina Coeli

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