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sábado, 22 de novembro de 2014

EXERCÍCIO POÉTICO: JG de Araujo Jorge & Regina Coeli



























DESFOLHANDO
JG de Araujo Jorge  


Essa boca, pequena, e assim vermelha,
que ao botão de uma rosa se assemelha,
- quanta vez provocava os meus desejos
desabrochando em flor entre os meus beijos...

Essa boca, pequena e mentirosa,
que diz tanta mentira cor-de-rosa,
- era a taça de amor onde eu saciava
toda a ansiedade da minha alma escrava ...

Beijando-a, compreendia que eras minha...
Meu amor transformava-te em rainha,
teu amor me fazia mais que um rei...

Agora, tu fugiste... E eu sofro, quando
vejo um outro em teus lábios desfolhando
a mesma rosa que eu desabrochei!...


(Coletânea - "Meus Sonetos de Amor " – 1ª. edição, 1961)


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DESFLORANDO
Regina Coeli 

Minha boca, vermelha qual cereja, 
Despertava-te anseios de rapaz
De querer, sempre, sempre, e sempre mais
Muito mais do que o mais que se deseja...   


Minha boca, serena, a um beijo almeja
Ainda hoje, que amar me satisfaz,
Mas fui barco atracando num jamais
E aquilo que não foi, talvez não seja...

Ao te beijar, beijavas outro alguém,
Só no meu sonho eu era tua rainha; 
Somente em sonho eras o meu bem... 

Desflorei-me no tempo, tão sozinha,
E desfolhei tua boca, que também
No meu sonho, sonhei, foi sempre minha...

Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli

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