AINDA E SEMPRE
Cleide Canton
Expostas as memórias esquecidas
no abrir do livro cinza da saudade,
revelam-se, sem brilho e sem vaidade,
as asas de dourado revestidas.
E batem contra o vento, arremetidas,
tentando, desta vez, com mais vontade
romper, a qualquer custo, a imensa grade
que guarda suas dores mais sentidas.
No azul o tempo diz que tudo vale,
embora o entardecer já não embale
os mesmos desejares rotineiros.
E a lua, bem depressa dita a festa,
na mesma cor dos ecos da seresta
que viu nascerem sonhos passageiros.
S.Carlos, 07/01/2012
11:10 horas
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SEMPRE
Regina Coeli
As asas de dourado revestidas
Escrevem suas letras, sua glória,
Nos bastidores vivos de uma história
Pungente de emoções mais que sentidas.
E batem contra o vento, arremetidas,
Trespassam as fortes grades da memória,
Soluçam relembrando a luta inglória
De preservar as flores esmaecidas.
E choram... e rogam ao ontem que se cale
E deixe se revele o que é o agora;
No azul o tempo diz que tudo vale...
As asas? Sãos as mesmas, vêm do outrora,
Sussurram ao pé da brisa que as embale
E cantam em rima d'ouro verso afora!
Rio de Janeiro/RJ, 13 de janeiro de 2012.
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