A borboleta
António Barroso (Tiago)
A borboleta azul, pinta amarela,
Parecia chegada de viagem,
Sorriu-me, bateu asas e, em viragem,
Pousou no parapeito da janela.
Naquele quadro digno de aguarela,
Ela tremia à mais pequena aragem,
Mas contou que enfrentara, com coragem,
Todo um mar que bramia, na procela.
Então, disse, baixinho, num segredo:
- Não temas, por mim, não tive medo,
Vim porque, de Regina, era o desejo.
- Trouxeste-me um soneto, e vais partir,
Mas antes, um favor te vou pedir,
Leva-lhe, em tuas asas, o meu beijo.
Parede / Portugal (25/02/2014)
A Borboleta e o Beijo
Regina Coeli
Quanta ternura vem de Portugal
Na tessitura de um soneto belo,
Fossem paredes vivas de um castelo
Inigualável... Jamais visto igual!
Em cada letra, o tom artesanal
Costura o verso de um cantar singelo,
Mas que em poema exalta qual libelo
O que é bonito e o que é essencial.
E a borboleta que o teu beijo trouxe
Nas asas dela, cheio de calor,
Diz que entre flores és flor. E a mais doce.
Então confesso, poeta, minha flor:
Se o verso meu a borboleta fosse,
Eu pousaria em ti beijos de Amor...
Rio de Janeiro/RJ, 26 de fevereiro de 2014.
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