
Por tanto amar, ah... quanto o ser se humilha,
E fica à espera do que não lhe vem,
Imaginando ter o que não tem,
Um náufrago buscando ansiada ilha...
A vida lhe parece uma armadilha...
Ao mendigar ter perto um certo alguém,
Não tem quem quer, e fica sem ninguém,
Subjugado a um amor ao qual se encilha...
Se amor são iguarias sobre toalhas
Que ostentam primorosa refeição,
Por que só restos vis te caem às malhas?
Somente os enjeitados saberão
O que é amar vivendo de migalhas,
Pois, como tu, já fui de alguém um cão!
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli
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