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sábado, 8 de maio de 2010

E agora, Drummond?




















Boa tarde, poeta
Prazer encontrar-te
Minh´alma se aquieta
Diante da Arte

Há tempos eu passo
Te vejo, não paro
No meu descompasso
O agora é raro

Me ponho a te olhar
Sugar tua essência
De ti aspirar
Amarga inocência

Dizer-te flutuo
Teu verso, tua voz
No frouxo que intuo
Da Vida sem nós

Poeta de Minas
Vieste pro Rio
Guardar em colinas
O sol no teu frio

A pedra que cantas
No chão do caminho
É riso das santas
Na taça com vinho

Na rima largada
Sozinha no mundo
Qual pedra chutada
De nome Raymundo

Te vejo no banco
Na serra,no mar
No pó do barranco
Nublando o meu ar

Passado e futuro
Em paz penitente
Te apartam do muro
Que encobre tua gente

Tão gauche assim
Eu sugo teu verso
E fujo de mim
Pro teu universo

Poeta, que sejas
Um ponto de ordem
Nas rubras pelejas
Da minha desordem

E possam as horas
Surfar simplesmente
Nas longas demoras
Das ondas da gente

Que as noites te sejam
Colírios pros olhos
Em cordas que harpejam
Luar nos abrolhos

Que o céu que pranteia
Chuvinha renhida
Modele na areia
Teus versos de vida

Quisera contigo
Pra sempre ficar
Ouvindo, amigo,
O mar murmurar

Tu és como um som
Que ceva minh´alma
E agora, Drummond,
Te deixo com calma...

Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli

3 comentários:

  1. Querida Regina
    Não sei quantas vezes vim a este cantinho para admirar os seus trabalhos dos quais sou fã de muito tempo. Outras tantas fui impedida de continuar e você conhece meus motivos. Hoje, no entanto, comecei tudo novamente. Devorei tudinho, no silência desta noite em que todos foram dormir. Quanta satisfação sinto ao lê-la! Nem mais sei como aplaudi-la. Sabia que você seria um ícone desde os primeiros versos seus que li. Vai da suavidade de um canto do bem-te-vi aos detalhes dos sentimentos, das observações,
    dos conceitos muito bem elaborados com a mesma ternura que lhe é peculiar. Inova, capricha nas metáforas, floreia sem subterfúgios e chega aos finais com maestria. Que mais posso dizer? Que sou sua fã e não abro mão disso. Obrigada por presentear-me com essa beleza inconfundível. Todo o meu carinho e respeito. Cleide

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  2. Akasha De Lioncourt14 de maio de 2010 às 16:05

    Querida Regina! Vir até aqui e participar desse seu novo projeto é um prazer e uma alegria infinitos... Saudade de ler-te, ver seus trabalhos e principalmente saber-te em paz consigo e com a poesia. Seja bem vinda de volta, e que volta! Triunfal e repleta de brilho. Seu paizinho certamente está vibrando na mesma sintonia aonde quer que esteja, e garanto que todos os que te amam sentem o mesmo. Beijos carinhosos, Akasha.

    Beijãooooooooooooooooooooo

    Akasha

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  3. Belíssima homenangem, grande Regina. Drumond há de sorrir sempre que por aqui passar.
    Um beijo no teu coração de mel.
    Soraya Simões

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