
De qual de vós desceu para o exílio do mundo
A alma desta mulher, astros do céu profundo?
Dorme talvez agora... Alvíssimas, serenas,
Cruzam-se numa prece as suas mãos pequenas.
Para a respiração suavíssima lhe ouvir,
Para a respiração suavíssima lhe ouvir,
A noite se debruça... E, a oscilar e a fulgir,
Brande o gládio de luz, que a escuridão recorta,
Um arcanjo, de pé, guardando a sua porta.
Versos! podeis voar em torno desse leito,
Um arcanjo, de pé, guardando a sua porta.
Versos! podeis voar em torno desse leito,
E pairar sobre o alvor virginal de seu peito,
Aves, tontas de luz, sobre um fresco pomar...
Dorme... Rimas febris, podeis febris voar...
Dorme... Rimas febris, podeis febris voar...
Como ela, num livor de névoas misteriosas,
Dorme o céu, campo azul semeado de rosas;
E dois anjos do céu, alvos e pequeninos,
Vêm dormir nos dois céus dos seus olhos divinos...
Dorme... Estrelas, velai, inundando-a de luz!
Vêm dormir nos dois céus dos seus olhos divinos...
Dorme... Estrelas, velai, inundando-a de luz!
Caravana, que Deus pelo espaço conduz!
Todo o vosso dano nesta pequena alcova
Sobre ela, como um nimbo esplêndido, se mova:
Todo o vosso dano nesta pequena alcova
Sobre ela, como um nimbo esplêndido, se mova:
E, a sorrir e a sonhar, sua leve cabeça
Como a da Virgem Mãe repouse e resplandeça!
Autoria: Olavo Bilac
Na mão do poeta esculpe-se o alvorecer do dia
Na imagem construída, bela e fugidia,
Deitada em saborosas letras de acalanto,
Um verso inteiro em partes de alegria e pranto.
E quando se espreguiça, o verso faz da alma
Pincel estonteante, que a sorrir, acalma,
Pintando em maestria as cores da emoção
De especial paleta que é o coração.
Giram as tintas, voam versos em matizes
Enfeitando mil letras, em seus halos felizes,
Acordando o universo num beijo ao nascer
Da obra-prima que o poeta faz do alvorecer.
A luz em seu sorriso mostra os dentes brancos
Enquanto coloridas flores nos barrancos
Salpicam um olhar, olhos de tanta cor,
À vida ao seu redor, refulgindo em amor.
O sol dourando as folhas da verde palmeira
É o Divino a cingir a humanidade inteira
Num amoroso e terno abraço, que traduz
O lírico poeta, mão que nos conduz
A ler a Vida em verso, em cor de poesia,
Do despertar ao fim de cada meigo dia!
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli
Autoria: Olavo Bilac
Na mão do poeta esculpe-se o alvorecer do dia
Na imagem construída, bela e fugidia,
Deitada em saborosas letras de acalanto,
Um verso inteiro em partes de alegria e pranto.
E quando se espreguiça, o verso faz da alma
Pincel estonteante, que a sorrir, acalma,
Pintando em maestria as cores da emoção
De especial paleta que é o coração.
Giram as tintas, voam versos em matizes
Enfeitando mil letras, em seus halos felizes,
Acordando o universo num beijo ao nascer
Da obra-prima que o poeta faz do alvorecer.
A luz em seu sorriso mostra os dentes brancos
Enquanto coloridas flores nos barrancos
Salpicam um olhar, olhos de tanta cor,
À vida ao seu redor, refulgindo em amor.
O sol dourando as folhas da verde palmeira
É o Divino a cingir a humanidade inteira
Num amoroso e terno abraço, que traduz
O lírico poeta, mão que nos conduz
A ler a Vida em verso, em cor de poesia,
Do despertar ao fim de cada meigo dia!
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli
Cara Regina,
ResponderExcluirETERNO Olavo Bilac, de quem sou fiel apreciadora, sentir-se-ia honrado;não acredito que alguém o acompanharia com tanta perfeição.
Regina, sua composição poética me emociona.
Fizze