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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Bailarina


















Como rodinhas ágeis e graciosas
A deslizar macias e garbosas
Em movimentos suaves, sincopados;
Pezinhos leves, mansos, delicados...

Nos rodopios, saia balouçante,
Na pontinha dos dedos, saltitante,
Assim me via linda em tua dança
Num palco meu de sonho e de esperança...

No meu olhar, criança embevecida,
Queria ser ao menos parecida...
Ao me pôr na pontinha dos meus pés,
Desajeitada, tudo era revés...

"Dança outra vez pra mim!", eu te pedia;
E tu, rainha em lúdica magia,
Bailavas bela, e aí, sumias, fada,
Numa caixinha em música adornada...

Tu, bailarina em minha adolescência,
Rodopiavas graça e inocência
Em cada passo ao som da melodia,
E me encantavas sempre que eu te via...

Não eram minhas tu nem a caixinha;
Tu pertencias, sim, à mana Binha;
Minha irmã dava corda e tu dançavas...
E eu dava corda ao sonho e o esvoaçavas!
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli

2 comentários:

  1. Minha Regina
    Num poema de extrema delicadeza, como que um vento suave faz voltar tantas páginas e tanto tempo em nossas vidas... Lembranças de dias felizes que você tão bem consegue eternizar . Mais uma vez agradeço, irmã querida. Para
    você, meu beijo carinhoso.

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  2. Regina,
    eu queria ser a sua mana Binha e merecer seu poeminha. Infelizmente não tenho uma irmã, mas aprecio esse grande amor, cuja beleza me faria sorrir muito se o tivesse. Parabéns pelo poema e pela irmã Binha.
    Um beijo para ambas.
    Fizze

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