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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Bordado





















Quando recordo a minha mamãezinha
Bordando um pano pra enfeitar a sala,
Uma saudade, em mim, vem e se instala
Daquele tempo meu de menininha...

Enquanto ela bordava, eu, quietinha,
Olhava minha mãe a admirá-la
Nas suaves mãos de fada a embelezá-la
Gravando em pano o belo que ela tinha...

Magicamente a linha, airosa, ia
Pra aquele pano e lá um sol formava;
Tão encantada, palmas eu batia...

Hoje bem sei que a mãe que então bordava
Usava as mãos bordando em maestria
A educação dos filhos que criava!


Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli

2 comentários:

  1. Minha Regina
    Como sempre, você mostra como era, exatamente,
    nossa realidade. Apesar das dificuldades,mamãe
    se preocupava com pequeninas coisas que tornas-
    sem mais bonita nossa vida: um brinquedo que e-
    la mesma fabricava, um lindo paninho bordado..
    e o exemplo, que nos moldou. A você, irmã, eu
    agradeço reavivar tantas e tão belas lembran- ças,mesmo que você me faça chorar. Amo você.

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  2. Regina querida, eu li aqui:

    "Uma saudade, em mim, vem e se instala
    Daquele tempo meu de menininha..."

    Não há como apagar os menininhos e menininhas de nossas vidas porque na escala do Tempo eles permanecem vivos e quando permitimos, atuantes!

    São lindas suas lembranças! Sua mamãe sorri, sem dúvida, ao constatar quanto de bom deixou plantado em seu coração de filha amante!

    Parabéns por mais esta coleção primorosa de Poesia Maior.

    Meu abraço,
    Sylvia Cohin

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