
À solta, pelo ar eu berro
Livre e leve, apenas sou
Tenho a idade que me quero
Em lugar algum estou
Sou o ontem, quase o agora
Sou o amanhã, tempo algum
Sou o minuto, sou a hora
Sou todos, e sou nenhum
Tenho a face desfolhada
E meu brilho é ofuscado
Venci o inverno e a geada
Deixei o viço de lado
Se fui... não sou... nada sei
Talvez seja o que sobrou
Vivendo herança sem lei
No resto que me abraçou...
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli
Cara Regina,
ResponderExcluiro resto que te abraçou é minúsculo comparado a sua capacidade de abraçar as palavras mais bonitas e em plena magia, com todo talento, compor um poema como Espectro. Berra, poeta, tens o direito de berrar e viver livre sem idade.
Parabéns, já identifico sua forma de escrever até mesmo numa multidão de poetas. Ganhaste um admirador.
Tony Lisboa