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domingo, 4 de julho de 2010

Espectro




















À solta, pelo ar eu berro
Livre e leve, apenas sou
Tenho a idade que me quero
Em lugar algum estou

Sou o ontem, quase o agora
Sou o amanhã, tempo algum
Sou o minuto, sou a hora
Sou todos, e sou nenhum

Tenho a face desfolhada
E meu brilho é ofuscado
Venci o inverno e a geada
Deixei o viço de lado

Se fui... não sou... nada sei
Talvez seja o que sobrou
Vivendo herança sem lei
No resto que me abraçou...



Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli

Um comentário:

  1. Cara Regina,
    o resto que te abraçou é minúsculo comparado a sua capacidade de abraçar as palavras mais bonitas e em plena magia, com todo talento, compor um poema como Espectro. Berra, poeta, tens o direito de berrar e viver livre sem idade.
    Parabéns, já identifico sua forma de escrever até mesmo numa multidão de poetas. Ganhaste um admirador.
    Tony Lisboa

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