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domingo, 15 de outubro de 2017

CHUVA

Regina Coeli

Veio tão branda e ao borrifar a planta
Em suave afago que do céu caiu,
Chorou feliz e no chorar sentiu
Uma alegria verdadeira e santa.  

A seca planta agradeceu; foi tanta
Paz,  que ao frescor todo o calor sumiu,
E cada folha abertamente riu...
Se a água cai, a água a sede espanta.

E um intenso verde rebrotou na aurora
Reverdecendo-se a raiz sofrida,
Cansada e triste a segurar a vida...

E a natureza, numa taça erguida,
Bebeu do encanto de chover na hora
Em que a esperança já se ia embora...


Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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