
Se posso ser um raio ardente no infinito,
Um raio opaco eu não serei. E não vou ser,
Pois que o botão da flor é sempre mais bonito
Ao namorar o sol a cada amanhecer.
Serei pra mim a luz eterna de um nascer,
A lua mansa, os pés pisando o chão bendito;
Se posso ser um raio ardente no infinito,
Um raio opaco eu não serei. E não vou ser...
E se eu quiser ser rosa altiva, quase um mito,
Seja eu botão de mim, a Vida a conceber
O meu pulsar na luz de um sol, sem dor nem grito,
Desabrochando aos céus estrela a resplender,
Se posso ser um raio ardente no infinito!
Cartas de Alforria
Escritos de Regina Coeli