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POR ONDE ANDEI?



Andei por tantos lugares... 
Ah, eu andei
Cruzei os céus e também os mares... 
Ah, eu cruzei
Embrenhei-me em densas florestas... 
Ah, eu me embrenhei
Subi montes e montanhas... 
Ah, eu subi
Corri atrás de borboletas coloridas... 
Ah, eu corri
Senti a brisa fresca no rosto... 
Ah, eu senti

Eu venho de longe, não sei bem de onde...
Eu venho de algum tempo... 
Não sei bem quando...
Estou aqui agora, mas vou embora...
Meu destino é o distante, o infinito
Meu tempo é o sempre, irrestrito
Meu "eu" é o silêncio, interdito...
Eu venho de uma terra longínqua
Cheia de pureza a minha terra
Uma planta carregadinha de flor
Em canteiro semeado de Amor
Com estrume de dor, saudade e solidão
Minha terra é a imensidão...
São paragens que me buscam e me chamam
E a elas eu quero sempre voltar
Lá mora o melhor de mim
A parte melhor, aquela que não posso ver
A parte que silencia pra se ouvir
E nas madrugadas voa o seu voo de renascer...
Dentro de mim é a terra prometida
Aquela que me faz sentir a Vida
A terra que me acolhe dos meus medos
Aquela onde escondo os meus segredos
Dentro de mim, eu me fujo e  eu me acho
E onde choro meus rios de descompasso...
Minha terra é um chão bendito
Onde eu ergo o altar das minhas preces
Onde eu desabo o pranto dos anseios
Onde eu embarco em suaves devaneios
Onde eu me procuro pra me achar
Fugindo do meu lado de fora, pra descansar...
Minha terra sou eu... no avesso
Minha terra, a raiz a me segurar
Lá reside a minha nostalgia anciã
Lá eu purgo e carpo minha mágoa-irmã
Por onde andei? Não me viram?
Nas cavernas do meu "eu"... a viajar!...


Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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