Web Statistics

sábado, 28 de outubro de 2017

PELA VIDA!


Pela Vida, mistério que ainda não decifrei,
viverei para andar,
                                              olhar,
ver,
                                falar,
                                                                     sentir,

      Amar


Se for pelo andar,
Eu andarei pra lá e pra cá,
No meio da rua, eu dançarei
À cata de flores e dos bem-te-vis,
Dos pardais, sabiás e colibris.
Buscarei das matas os verdores,
Tomarei banho nos rios e regatos
E sublimarei todas as dores. 

Se for pelo olhar,
Eu olharei e  buscarei ver
Além do que a imagem me mostrar.
Penetrarei os quintais e o arvoredo.
Espiarei a água que brota nos mananciais.
Escalarei os rochedos com o olhar
E com os olhos cheinhos de vida, olharei 
cada coisa como se fosse meu último olhar.

Se for pelo falar,
 Que eu fale baixinho
Aos grandes e aos pequenininhos.
Que eu transmita sons de carinho
Em palavras boas e decantadas no tempo,
Qual vinho no êxtase de um momento
Em que ergamos taças ou copos para festejar. 

Se for pelo sentir,
Que eu sinta com prazer e pelo risco de perder.
Que eu me entregue em carência e me deixe levar.
Que eu busque a plenitude em qualquer sentimento
E viva cada instante em todo o seu pulsar.

Se for para Amar,
Que eu ame Tudo, sem pesar tamanho e valor,
Coisas, bichos, gente, atitudes, idade, sexo ou cor.
Que eu ame e esparrame Amor em tudo o que eu tocar,
Porque é isso que a Vida deu a mim para eu doar.

Mas se eu tiver que perder,
Não culpo a Vida, porque sinto que ela tudo me dá.
E nas minhas andanças cheias de esperança
Quer por terra, por ar ou por mar,
Sinto, vejo, olho e amo a Vida como pano de fundo,
Não como vilã dos males do mundo:
A Vida é nascer, florescer, melhorar, prosperar...
morrer;

O mais é o que se sente,  o que está no entender.

Para entender, é preciso fechar os olhos e VER.
Um ver que transcende o concreto e a razão,
Que quebre a couraça do tempo, 
Que vença a lassidão dos momentos
E beba do Amor que emana da fonte do coração. 

Vida, Vida, mãe-plena da minha lida!


Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
________
____________

Nenhum comentário:

Postar um comentário