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terça-feira, 1 de novembro de 2016

LEVEZA




O que fui, não mais eu sou
Num hoje que temperou
O eterno vaivém do mar
A quem contei meus desejos,
A quem entreguei mil beijos
Nas ondas dos realejos
Musicando o meu cantar. 

Os pesos que carreguei
Na terra sem prumo e lei,
Hoje não carrego mais,
Que é Tempo de ser feliz
Num passo ainda aprendiz
Seguindo o sábio que diz
Que a Vida recende a Paz.

Se lágrimas eu calei
E outras tantas derramei
Querendo apenas amar,
Eu amei, mas tanto, tanto,
Que de amar ainda me encanto
E faço desse meu canto
Arrimo pra me escorar.

Dos meus sonhos tão puídos
Fiz versos agradecidos
Regados a fantasia,
E a realidade matreira,
Que se finge verdadeira,
Deixei-a de lado, à beira
Dos barrancos de agonia. 

Braços livremente abertos,
Sentidos mais que despertos
Pra abraçar o que vier,
No mar navego serena
Em minha nau tão pequena,
Ouvindo a brisa tão plena
Segredar-me o que quiser.  

O peso que me pesou
Foi o que me resgatou 
Neste final de viver:
Aprendendo a suportar,
Meu troféu é caminhar
Olhando o céu e o luar
Rumo a um novo alvorecer...

Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
________


Um comentário:

  1. Querida amiga e poetisa Regina Coeli
    Cada novo poema, encanto-me com seu versejar.
    Importo-me em seguir as rimas que sonoras chegam a minha alma
    que sente a beleza transparente dos versos que contam o seu momento.
    De fato o seu poema transmite a “Leveza” de quem conhece os caminhos percorridos...
    Destaco encantada:
    “ ...Eu amei, mas tanto, tanto,
    Que de amar ainda me encanto
    E faço desse meu canto
    Arrimo para me escorar. ”
    Lindo! Lindo!
    Aplausos, muitos aplausos!
    Meu carinho e admiração
    Marilda Diorio Menegazzo
    Curitiba - PR

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