O que fui, não mais eu sou
Num hoje que temperou
O eterno vaivém do mar
A quem contei meus desejos,
A quem entreguei mil beijos
Nas ondas dos realejos
Musicando o meu cantar.
Os pesos que carreguei
Na terra sem prumo e lei,
Hoje não carrego mais,
Que é Tempo de ser feliz
Num passo ainda aprendiz
Seguindo o sábio que diz
Que a Vida recende a Paz.
Se lágrimas eu calei
E outras tantas derramei
Querendo apenas amar,
Eu amei, mas tanto, tanto,
Que de amar ainda me encanto
E faço desse meu canto
Arrimo pra me escorar.
Dos meus sonhos tão puídos
Fiz versos agradecidos
Regados a fantasia,
E a realidade matreira,
Que se finge verdadeira,
Deixei-a de lado, à beira
Dos barrancos de agonia.
Braços livremente abertos,
Sentidos mais que despertos
Pra abraçar o que vier,
No mar navego serena
Em minha nau tão pequena,
Ouvindo a brisa tão plena
Segredar-me o que quiser.
O peso que me pesou
Foi o que me resgatou
Neste final de viver:
Aprendendo a suportar,
Meu troféu é caminhar
Olhando o céu e o luar
Rumo a um novo alvorecer...
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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Querida amiga e poetisa Regina Coeli
ResponderExcluirCada novo poema, encanto-me com seu versejar.
Importo-me em seguir as rimas que sonoras chegam a minha alma
que sente a beleza transparente dos versos que contam o seu momento.
De fato o seu poema transmite a “Leveza” de quem conhece os caminhos percorridos...
Destaco encantada:
“ ...Eu amei, mas tanto, tanto,
Que de amar ainda me encanto
E faço desse meu canto
Arrimo para me escorar. ”
Lindo! Lindo!
Aplausos, muitos aplausos!
Meu carinho e admiração
Marilda Diorio Menegazzo
Curitiba - PR