Web Statistics

domingo, 3 de julho de 2016

CANTOS E ENCANTOS




Se há encanto no canto
E se o canto se encanta
De o seu canto encantar,
Então que eu cante o canto
E que o encanto que eu cante
Seja só para te encantar.

E se por encanto o meu canto,
em desencanto, 
ficar mudo num canto
sem cantar nem encantar,
que eu cante e recante
os meus mais sentidos cantos  
para o desencanto desencantar.

Quando se canta
e se quer sempre cantar
o canto não emudece,
não desencanta.
Quanto mais se canta,
mais se quer cantar,
porque a Vida sem canto
não vale a pena se levar!

Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
_______


sexta-feira, 1 de julho de 2016

A MINHA ROSA - Regina Coeli / A TUA ROSA - Giovanni B. Finetti



















AMINHA ROSA 
            Regina Coeli

  

Uma rosa assim tão bela
Imaginei na janela
Numa noite de luar
Com o céu cheio de lume
No ar um doce perfume
E um casal a namorar.

Construí minha ilusão
Esquecida de que o chão
Pra rosa desabrochar
Precisava ser cuidado
E o mato ser arrancado
Pra ela poder vingar...

E que pra ser mais cheirosa
A minha flor, minha rosa,
Viria de mãos gentis
Que me presenteassem a flor
Com fita e laço de amor
Do jeito que eu sempre quis...

Nada disso aconteceu
Acho até que a flor morreu
Ainda pequenininha,
Não tendo cuidado e água,
Quem sabe cheia de mágoa
Murchou por viver sozinha.

Não sabes quanta emoção
Receber da tua mão
Essa gentileza em flor
Que me deixa tão feliz
No rubro do seu matiz,
Minha preferida cor.

Vens com ares de quimera
Numa nova primavera
E eu te dou o meu sorriso
Esculpido com paixão
Nas dores do coração
Que dão-me hoje o paraíso.

Se trazes a mim a rosa,
Pondo um fim à espera ansiosa
De eu me sentir flor amada,
É pra ti o meu desejo
De dar na tua boca um beijo
E ser tua namorada.
  








A


TUA ROSA
Giovanni B. Finetti





Esperei por este dia
pra ser tua companhia
e te ofertar uma rosa
com um requintado olor
das mãos de um sonhador
que te tem por preciosa.

Cultivei-te no meu chão
com ardor e com paixão
não te querendo sozinha
e esta flor que hoje te dou
é amor que desabrochou,
ó rosa, ó rosa tão minha!
  
À maciez do teu verso
entrego o meu universo
naquilo que sei rimar
e a uma rosa uma outra rosa
vai juntar-se perfumosa
banhando em perfume o ar.

Numa outra primavera
sonhei a minha quimera
de ser o teu beija-flor,
eu voava na lembrança
e aterrissava a esperança
de seres a minha flor.
  
A rima é um doce jardim
e te ter perto de mim
é encher de cor meu viver;
por isso, ó rosa das rosas,
as letras farei vistosas
pra o belo te oferecer.
  
És rainha concebida
na poesia da vida
do que já foram teus ais,
mas em nova primavera
será verdade a quimera
de rimar amor com paz.

No sonho, doce ilusão,
tocaste meu coração
com cordas de fantasia
e hoje esta rosa de amor
leva aos lábios de outra flor
o meu beijo em poesia.