Há em mim um vazio inexplicável
Um sem rumo acomodado.
Estando, sinto-me indo;
Tocando, percebo algo intocável.
Há em mim o silêncio da surpresa,
Um acerto desacertado,
Um sorriso tristemente debochado,
A certeza de minha incerteza.
Brota em mim, sem tempo nem idade,
O sumo dos desvalidos,
A interrogação ensimesmada
Do que sempre
respondeu: Saudade!
Sai de mim o choro dos aflitos,
Dos que por marolas tomaram
As ondas,
pra levar meus gritos,
Que em ecos aos meus
ouvidos voltaram.
Falta em mim o aceno da partida,
A mão parada, encantada
pela dor,
Congelou no ar arrependida,
Acenando, sem aceno, todo o seu
amor.
Sobra em mim a tortura
da espera,
A brasa quente que devora
Os sonhos, todos eles uma
quimera
Desfeita em pó hora após
hora.
Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
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Regina, poetisa que admiro e aplaudo continuamente...
ResponderExcluirMais um belo poema que sinto ser a voz que mansamente vai sendo liberta de sua alma.
Em cada verso sente-se a maravilha poética sendo vivida.
É grande a minha satisfação de passear por este seu mágico recanto.
Aplausos em harmonia com o sentir em ritmada leitura.
Grande e demorado abraço.
Da sempre amiga,
Marilda Diório Menegazzo
Curitiba/PR.
Tão querida Marilda Diorio, poetisa e amiga,
Excluirnossa Amizade seguirá adiante, sincera e linda, percorrendo as encantadoras aleias do respeito e da poesia, ainda que estes nossos dias passem a ter gosto de Saudade.
É muito bom, suave e doce Poetisa Marilda Diorio, caminhar com você.
Que caminhemos juntas, sim, eternamente.
Sua amiga,
Regina Coeli Rebelo Rocha/RJ.