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quinta-feira, 9 de junho de 2016

E POR FALAR EM SAUDADE...




Há em mim um vazio inexplicável
Um sem rumo acomodado.
Estando, sinto-me indo;
Tocando, percebo algo intocável.

Há em mim o silêncio da surpresa,
Um acerto desacertado, 
Um sorriso tristemente debochado,
A certeza de minha incerteza.

Brota em mim, sem tempo nem idade,
O sumo dos desvalidos,
A interrogação ensimesmada
Do que sempre respondeu: Saudade!

Sai de mim o choro dos aflitos,
Dos que por marolas tomaram
As ondas, pra levar meus gritos,
Que em ecos aos meus ouvidos voltaram. 

Falta em mim o aceno da partida,
A mão parada, encantada pela dor,
Congelou no ar arrependida,
Acenando, sem aceno, todo o seu amor.

Sobra em mim a tortura da espera, 
A brasa quente que devora
Os sonhos, todos eles uma quimera
Desfeita em pó hora após hora.

Cartas de alforria
Escritos de Regina Coeli
_________


2 comentários:

  1. Regina, poetisa que admiro e aplaudo continuamente...
    Mais um belo poema que sinto ser a voz que mansamente vai sendo liberta de sua alma.
    Em cada verso sente-se a maravilha poética sendo vivida.
    É grande a minha satisfação de passear por este seu mágico recanto.
    Aplausos em harmonia com o sentir em ritmada leitura.
    Grande e demorado abraço.
    Da sempre amiga,
    Marilda Diório Menegazzo
    Curitiba/PR.

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    Respostas
    1. Tão querida Marilda Diorio, poetisa e amiga,

      nossa Amizade seguirá adiante, sincera e linda, percorrendo as encantadoras aleias do respeito e da poesia, ainda que estes nossos dias passem a ter gosto de Saudade.
      É muito bom, suave e doce Poetisa Marilda Diorio, caminhar com você.
      Que caminhemos juntas, sim, eternamente.
      Sua amiga,
      Regina Coeli Rebelo Rocha/RJ.

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